Entrevista Imobi Report

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Entrevista Imobi Report

 

Tempo de leitura: 15 minutos


A transformação digital do mercado imobiliário no século 21 tem sido significativa, com mudanças ocorrendo em todos os aspectos do setor, desde a busca por imóveis até a conclusão de transações. 

A jornada digital começou com o surgimento dos primeiros portais imobiliários online, na década de 2000. Com a disseminação de smartphones e o crescimento das redes sociais, nos anos 2010, a busca à distância por imóveis teve novo grande crescimento, e as imobiliárias passaram a focar tanto seus investimentos em marketing quanto o relacionamento com o cliente pelas plataformas digitais

Nos anos 2020, com a pandemia de covid-19, a demanda por visitas virtuais a imóveis aumentou drasticamente. As plataformas imobiliárias começaram a oferecer recursos mais sofisticados, como tours 3D completos, permitindo que os compradores fechassem toda a jornada digital da locação sem sair de casa.

Agora, o imobiliário prepara-se para uma espécie de transformação digital 4.0, com a inclusão de novidades ainda mais avançadas, como ferramentas de linguagem artificial, tecnologias imersivas e metaverso

Na semana passada, dedicamos a edição ao ChatGPT, sistema de inteligência artificial projetado para conversar e fornecer respostas para as mais diversas perguntas, e com capacidade para aprender padrões, ancorado por uma enorme quantidade de dados textuais. 

Agora, na centésima edição do Imobi Aluguel, celebramos essa marca com um novo olhar sobre o futuro, para discutir como as novas tecnologias tenderão a gradualmente se aproximar da realidade da operação imobiliária. 

Muitas dessas inovações ainda podem parecer distantes do dia a dia do aluguel. Mas não se engane: há pouco tempo, poucos acreditariam, por exemplo, que uma locação seria fechada 100% online. A tecnologia costuma se instalar mais rápido do que a nossa capacidade de projeção do futuro. 

Traremos aqui, portanto, um apanhado para mostrar de que maneira as tecnologias imersivas como realidade virtual, tours virtuais e o metaverso já estão sendo aplicadas na operação do aluguel, e as perspectivas de uso para o futuro próximo. 

Tecnologias imersivas no aluguel

As tecnologias imersivas são aquelas que oferecem experiências realistas e envolventes aos usuários, que se sentem imersos naquele ambiente simulado.

As principais delas aplicadas ao mercado imobiliário são as seguintes:

  1. Realidade virtualPermite que os clientes experimentem um ambiente simulado por meio de um dispositivo, como um headset de VR. No imobiliário, o potencial locatário pode visitar virtualmente uma propriedade, explorar cada cômodo, experimentar diferentes layouts de móveis e ter uma noção realista do espaço.

  2. Realidade aumentadaTecnologia que possibilita a visualização em um ambiente real. Usando um smartphone ou tablet, o cliente pode apontar a câmera para o espaço vazio e ver como seria o imóvel mobiliado e decorado..

  3. Tour virtual em 360 grausNesta tecnologia, os potenciais locatários podem navegar por um imóvel em um ambiente virtual e visualizar todo o espaço em diferentes ângulos e perspectivas, como se estivesse dentro dele. Isso oferece uma experiência mais realista do que apenas ver fotos ou um tour em vídeo.

  4. Tour virtual 3DTrata-se de um modelo virtual em três dimensões do ambiente, criado com a ajuda de software de modelagem 3D. Esse modelo pode ser visualizado de diferentes ângulos e permite que o usuário navegue pelo ambiente virtual, dando a sensação de estar caminhando pelo espaço real. É possível explorar o ambiente em detalhes e ver como ele se encaixa em um todo.

  5. Maquetes eletrônicas interativasPermitem que os clientes tenham uma visão mais clara de como um imóvel se parece antes mesmo de ser construído. Com essa tecnologia, é possível ver a aparência do prédio em diferentes horários do dia, o tamanho dos cômodos, a vista em cada janela, entre outras informações.

Todas essas tecnologias têm sido usadas com maior frequência por incorporadoras, imobiliárias e corretores especializados na venda de imóveis de alto padrão 

É arraigada no mercado a percepção de que o investimento na experiência sensorial do cliente faz menos sentido na locação, que precisa de volume e recorrência e raramente tem alto valor agregado numa única transação.

Porém, esse conceito está se transformando aos poucos. Um dos precursores dessa mudança de paradigma foi o QuintoAndar, com políticas como o uso de fotos profissionais para todos os anúncios de locação, prática que depois se tornou comum no mercado. 

No aluguel, a vantagem mais evidente das tecnologias imersivas é qualificar as visitas. Quando os tours 3D ou 360 graus estão disponíveis no site da imobiliária, o cliente faz o reconhecimento à distância e só vai conhecer in loco o imóvel que já está com grande propensão de locar. Isso qualifica a experiência do potencial inquilino e reduz drasticamente a quantidade de visitas por contrato fechado.

Este cliente já explorou uma porção de imóveis e quando marca visita, vai só pra confirmar. Essa tecnologia já tomou conta do mercado dos Estados Unidos e, no Brasil é questão de haver empreendedores de imobiliárias que tenham posição mais arrojada e aceitem investir para permitir ao cliente ter esse tipo de experiência”, comenta Francisco Toledo, CEO da iTeleport, empresa especializada em vivência virtuais para o mercado imobiliário, e coordenador do Grupo de Trabalho de Tecnologias Imersivas do Secovi-SP.

Mercado com alta demanda

E o cliente médio está altamente interessado nesse tipo de imersão. Entre pessoas que compraram uma propriedade ou deram início a um contrato de aluguel nos últimos três anos, exatos 50% realizaram um tour virtual quando estavam analisando os imóveis para comprar ou alugar. 

Os dados são de um estudo da Capterra, plataforma líder mundial de avaliação e seleção de softwares, feito no início do ano passado com 1.000 pessoas de todas as regiões do País. 

Entre aquelas pessoas que fizeram a visita virtual, 90% classificaram a experiência como muito útil e 76% destacaram que o tour ajudou muito na decisão de visitar o apartamento pessoalmente. 

Essas ferramentas não eliminam (e provavelmente jamais eliminarão) a necessidade que o consumidor tem de conhecer presencialmente o imóvel. Segundo a mesma pesquisa da Capterra, seis de cada dez entrevistados disseram ter visitado imóveis de modo virtual e presencialmente. Entre as falhas apontadas pelos entrevistados estão a impossibilidade de conhecer os arredores do imóvel ou de verificar a estrutura ou iluminação natural da propriedade.

Acessibilidade

Um dos principais fatores que têm aproximado essas ferramentas imersivas do mercado de locação é o barateamento das tecnologias. 

Tem crescido rapidamente a quantidade de startups que oferecem experiências sensoriais aos clientes, com pacotes cada vez mais competitivos. O Secovi-SP mapeou algumas delas ao confeccionar “o Guia das Tecnologias Imersivas e Interativas para o Mercado Imobiliário”, publicado em fevereiro de 2022.

Um tour 3D, que fica disponível por 2 anos e traz um efeito tridimensional do imóvel, permitindo inclusive tirar medidas e visualizar as vistas dos arredores por meio de fotos profissionais, custa em média de 10 reais por metro quadrado. Há condições especiais quando o pacote abrange mais de 20 imóveis. 

Um óculos Quest 2, para realidade virtual, custa algo em torno de US$ 200 nos Estados Unidos. No Brasil, o preço sobe um pouco por causa dos impostos, mas ainda assim o valor não é impeditivo para uma imobiliária que quiser proporcionar uma experiência diferente aos seus clientes e disponibilizar 2 ou 3 unidades em sua sede. 

Na gestão de locação, ferramentas semelhantes também têm sido usadas em vistorias no formato 360 graus, nas quais o cliente pode “andar” virtualmente pelo imóvel, acompanhando o trabalho do vistoriador.

Conclusão

A efetividade da adoção desse tipo de tecnologia, obviamente, depende de cálculos de custos versus a quantidade de negócios gerados. Mas trata-se, sem dúvida, de um campo promissor para a locação. 

É uma corrida para quem pensa grande. Tanto é que só trabalhamos na iTeleport com imóveis que tenham contrato de exclusividade. Gostamos de dar as mãos para imobiliárias que trabalham de modo profissional. As tecnologias reduzem custos, melhoram a jornada de todo mundo e atraem corretores melhores. E vejo que a transformação digital está apenas engatinhando”, afirma Francisco Toledo. 


iTeleport é uma startup de tecnologia em Visita Virtual para o mercado imobiliário. Desenvolvemos soluções de ponta que acompanham todo o ciclo de vida de empreendimentos, desde o marketing de lançamentos até a revenda e locação. Com quatro anos de operação, a iTeleport possui franquias em 5 estados e já produziu mais de 1.000 Teleports pelo país.


 

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